Pedrita

A água é, por definição, a substância incolor, inodora e insípida que resulta da combinação de dois dos elementos mais essenciais e abundantes no universo: o hidrogénio e o oxigénio. É encontrado na natureza nos estados sólido, gasoso – respectivamente a baixo 0º e a cima de 100º C – mas conhecemo-la melhor no seu estado líquido. A água é sinónimo de vida e compõe, em média, 60% do corpo humano.
Mas se pensarmos em meios de conhecermos a água que nos rodeia e preenche, teremos que olha para recipientes, embalagens que a trazem a nós, pois são elas que lhe dão forma. Estas embalagens são veículos que permitem o transporte do bem mais precioso e e essencial da vida, de modo acessível, conveniente e seguro, sem interferir com a integridade e pureza do líquido.
Uma garrafa de água natural mineral é um ponto de convergência privilegiado entre o conteúdo e a embalagem, o elemento natural e a produção cultural. Quantas formas de garrafas de água conhecemos? De onde Vêm os sus contornos, componentes e materiais? O que esperamos de uma garrafa de água – ou antes, de uma forma da água?
LH2O não é uma interpretação da água como elemento, mas uma interpretação da sua forma.
Tanto os elementos naturais como os modelos teóricos procuram uma subdivisão racional e consciente do espaço tridimensional, aplicável ao desenho de novas formas e estruturas. Dos treze sólidos de Arquimedes a estruturas arquitectónicas complexas geradas digitalmente pelas fórmulas paramétricas, as possibilidades para novas formas de ocupação de espaço, elementos e sistemas são tão ilimitadas como fascinantes.
A forma elementar LH2O resulta da intersecção de dois sólidos geométricos: um simples cubo (gargalo e tampa) e um cubo truncado (embalagem). As 17 faces do volume principal – 5 quadradas e 12 hexagonais idênticas – permitem que enúmeras garrafas sejam agrupadas em diversas configurações que suprimem o espaço vazio entre elas.
Cada um destes “módulos tridimensionais de preenchimento do espaço” melhoram substancialmente o processo de armazenamento e transporte, reduzindo a quantidade de material usado (tereftalato de polietileno, ou PET) e criando um maior impacto na disposição final do produto.
Encarado como parte de um todo, cada garrafa possibilita a criação de soluções de apresentação – sendo num ponto de venda ou em outro tipo de contextos de consumo – baseado em arranjos tridimensionais inesperados.
LH2O é um projecto de investigação para uma nova forma para a Água de Luso e o resultado de uma colaboração entre o estúdio Pedrita e a marca Luso. Este projecto pretende descobrir não apenas uma forma para este líquido mais também conceber uma garrafa que ilustre as qualidades e propriedades únicas da Água do Luso, que faz parte da vida e do corpo dos Portugueses há mais de 150 anos.
Foi essa a razão que nos levou a – naturalmente – acrescentar um novo elemento químico à formula da água, redesenhando o modo de ver, ler e conhecer a Água de Luso.

A garrafa LH2O, apresentada pela primeira vez ao público numa edição limitada durante a ExperimentaDesign 2009, faz juz à natureza inovadora e experimental da Bienal Lisboeta, uma vez que este projecto não é apresentado como um produto final, mas um passo para uma parceria contínua. Ao realçar os vários elementos envolvidos no processo de design – esboços, modelos, protótiposk, etc. – tornamos claro o que se encontra por trás desta nova forma. Do mesmo modo, as garrafas são apresentadas como objectos de estudo e trabalho, que após terem passado por diferentes etapas do processo de produção, enchimento, rotulagem, embalamento, continuam a ser desenvolvidas em linha com a estrutura existente da Luso. Cada garrafa contém exactamente 33cl de pura Água de Luso, de qualidade e integridade garantidas pelos laboratórios da empresa e pelas instalações de abastecimento.
A ExperimentaDesign foi, para nós, o contexto ideal para o lançamento e teste deste projecto, pela sua predisposição e abertura para projectos de design inesperados e pouco convencionais, tais como o LH2O, que questionam o espectro de acção do design e exploram a sua relação com a indústria, distribuição e com as marcas Portuguesas.
A forma elementar LH2O resulta da intersecção de dois sólidos geométricos: um simples cubo (gargalo e tampa) e um cubo truncado (embalagem). As 17 faces do volume principal – 5 quadradas e 12 hexagonais idênticas – permitem que enúmeras garrafas sejam agrupadas em diversas configurações que suprimem o espaço vazio entre elas.
Cada um destes “módulos tridimensionais de preenchimento do espaço” melhoram substancialmente o processo de armazenamento e transporte, reduzindo a quantidade de material usado (tereftalato de polietileno, ou PET) e criando um maior impacto na disposição final do produto.
Encarado como parte de um todo, cada garrafa possibilita a criação de soluções de apresentação – sendo num ponto de venda ou em outro tipo de contextos de consumo – baseado em arranjos tridimensionais inesperados.

Conceito e design de produto
Pedrita

Colaborações
Carolina Pacheco
Catarina Violante

Desenvolvimento técnico da embalagem
Logoplaste

Design gráfico
Marco Balesteros

Comunicação e tradução
Frederico Duarte

Fotografia de estúdio
Tiago Pinto

Iluminação da exposição
Megarim